Lição 04: João 4 – Jesus e a Mulher Samaritana

Um verdadeiro encontro com Jesus é capaz de quebrar barreiras e impactar aqueles que estão ao nosso redor.

Antes de prosseguir na exposição do texto, precisamos falar sobre a origem do povo samaritano. Com a morte do rei Salomão em 931 a.C., Israel foi dividido em dois reinos. Das doze tribos, dez seguiram a liderança cismática de Jeroboão I, formando o que conhecemos como Israel, ou Reino do Norte, distinto de Judá, ou Reino do Sul. O rei Onri chamou a capital do Reino do Norte de Samaria (1 Rs 16.24). Esse reino durou 209 anos e teve 19 reis em 8 diferentes dinastias. Nenhum desses reis andou com Deus. Em 722 a.C., o Reino do Norte foi levado cativo pela Assíria. Sargão II deportou os israelitas de posses e povoou a terra com estrangeiros, os quais se casaram com os israelitas sobreviventes, formando um povo racialmente híbrido e religiosamente sincrético. Em 586 a.C., o Reino do Sul também foi levado para o cativeiro, dessa feita pela Babilônia. Depois de setenta anos, os judeus retornaram à sua terra para reconstruir o templo e reedificar a cidade de Jerusalém. Os samaritanos tentaram fazer aliança com os judeus que retornaram, mas foram rejeitados não por questão racial, mas por sua apostasia religiosa. Os samaritanos, então, enciumados, fizeram de tudo para atrapalhar a reconstrução do templo (Ed 3 e 4). Esse ódio dos samaritanos continuou. Quando mais tarde, por volta do ano 444 a.C, Neemias veio da Babilônia com o propósito de reconstruir os muros de Jerusalém, os samaritanos tornaram-se seus principais inimigos (Ne 4.1,2). Por volta do ano 400 a.C., os samaritanos erigiram um templo rival no monte Gerizim; e esse templo, no final do século 2 a.C., foi destruído por João Hircano, o governador asmoneu da Judeia. Essa combinação de eventos estimulou uma ferrenha animosidade entre judeus e samaritanos. Nos dias de Jesus, esse muro de separação, essa parede de inimizade entre judeus e samaritanos, era uma barreira intransponível. Esse é o pano de fundo dessa passagem.

“Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” (João 4.14)

Após um diálogo com um doutor da Lei, Jesus conversa com uma mulher samaritana. Aquela mulher era o total oposto de Nicodemos. Ambos, porém, precisavam de Jesus e foram alvos do Seu amor. O Mestre nos ensina, através do Seu exemplo, importantes estratégias para alcançar uma pessoa, quebrando barreiras e superando preconceitos. Seu discurso apaixonante faz surgir a chama missionária que fará com que uma mulher leve toda a sua cidade a conhecer o Salvador do mundo.
Claudio Souza

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem